regresso à bibliografia

 Manuel Abranches de Soveral

 

 

Ribadouro e Pacheco (séc. X a XIII)

Origem dos Fonseca, dos Soveral, dos Alvellos e de uma outra família Soveral extinta 

Esquema sucinto em construção

O conde D. Pedro inicia a varonia dos Soveral em D. Diogo Mendes e sua mulher D. Elvira Dias de Urrô, senhora de Mouriz (e Cête, que pertence a Mouriz), da principal nobreza portuguesa de então, descendente do célebre D. Gonçalo Ouveques, que refundou o mosteiro de Cête, e dos Bragançãos e dos Sousões, duas das cinco parcialidades em que se dividia a nobreza portuguesa pré-nacional.

Posteriormente, vários genealogistas, nomeadamente Manso de Lima, filiaram este D. Diogo Mendes em D. Mem Gonçalves da Fonseca, tendo em conta o patronímico, bem como a heráldica e sobretudo as propriedades do filho daquele casal, D. Estêvão Dias, rico-homem que primeiro ordenou o escudo de armas comum aos Soveral e aos Avellar, seus descendentes. Esqueceram-se foi da cronologia... É que Mem Gonçalves da Fonseca doou com sua 1ª mulher bens ao mosteiro de Salzedas em 1229 para ali virem a ser enterrados. Depois desta data, teve de falecer a dita 1ª mulher, e ainda casou 2ª vez. E seus filhos viviam ainda no segundo quartel do séc. XIV. Assim sendo, Mem Gonçalves de maneira nenhuma podia ser pai de Diogo Mendes, nascido cerca de 1133.

Curiosamente, o conde D. Pedro também começa os Fonseca em D. Mem Gonçalves, que não filia. Depois de muitas incertezas, sabemos agora de fonte documental que Mem Gonçalves era filho de D. Gonçalo Viegas de Ribadouro e sua mulher D. Tereza, e neto de D. Egas Mendes de Ribadouro. Este Egas Mendes e seu irmão Gonçalo Mendes, que aparecem entre os filhos e netos de Egas Moniz o Aio a confirmar uma doação a Salzedas em 1159, eram ambos filhos de Mem Viegas de Ribadouro, falecido em 1137 e sepultado por seu pai, o Aio, em Paço de Souza.

Julgo que D. Diogo Mendes era, não filho mas primo-direito de um bisavô de D. Mem Gonçalves da Fonseca. Isto mesmo indica a sucessão na honra de Quintela da Lapa (ver esquema adiante), que sobretudo pertenceu de D. Mem Moniz de Ribadouro, irmão do Aio. Deste D. Mem e de sua 2ª mulher D. Cristina Gonçalves é que terá nascido D. Diogo Mendes, cerca de 1133, que terá falecido ainda relativamente novo cerca de 1163. Na verdade, este D. Diogo Mendes é uma figura bastante obscura, que não aparece em documento nenhum, que eu saiba. O que sobretudo indicia justamente que terá falecido novo. Obscuridade esta que, por outro lado, vem exigir que seja de uma das principais famílias do reino, uma vez que casou numa delas, aparentemente muito novo e sem “currículo”. Havia a possibilidade de a honra de Soveral vir já por este D. Diogo Mendes ou por sua mulher D. Elvira Dias de Urrô que, apesar de ser de uma família cujos bens conhecidos se situam exclusivamente no Entre-Douro-e-Minho, era neta de um governador de Lafões, justamente onde se situa a honra de Soveral. Mas não. A honra de Soveral, identificada nas inquirições de D. Afonso III ("de Soveral que est hereditas militum de avoenga") nos finais do séc. XIII estava aparentemente englobada na honra de Pinho. As inquirições de 1288 dizem que a freguesia de S. João de Pinho, com excepção de alguns casais, era toda honrada e pertencia aos netos de D. Nuno Peres de Pinho, não nomeados. Embora não se possa afirmar que todos os Pinho tenham a mesma origem, a mais antiga família com o chamadouro "de Pinho" tem solar na antedita honra de Pinho (então Pio ou Piño), no julgado de Lafões (hoje concelho de S. Pedro do Sul), honra essa muito próxima das honras de Vila Maior e de Moldes, pertencentes respectivamente às famílias com o chamadouro "de Tavares" e "de Fonseca". Sobretudo no século XIII realizaram-se várias alianças matrimoniais entre estas três famílias e os Avellar/Soveral. Nas inquirições dionísias já o padroado da igreja de S. João de Pinho era repartido entre os "milites de Pino et de Afonseca". Nas inquirições afonsinas de 1258 a honra de Pinho, tal como a de Soveral, era inteiramente de fidalgos. Nas mesmas inquirições dá-se como principal senhor da honra de Pinho Nuno Peres "de Pinho", o mesmo que no reinado (1223-1248) de D. Sancho II doou vários casais ao mosteiro de Santa Cruz de Lafões. De Nuno Peres foi filho João Nunes "de Pinho", cujos filhos possuíam a honra de Pinho (pelo menos parte) em 1288. Nesta mesma época tinha aqui bens Fernando Martins "de Pinho" certamente também neto de Nuno Peres e filho de um virtual Martim Nunes, o qual Fernando Martins casou com D. Sancha "de Taboadelo" e foram pais de Martim Fernandes de Pinho (pai de D. Maior Martins casada com Lourenço Mendes de Fonseca) e de João Fernandes de Pinho, pai de D. Tereza Anes (casada com Estêvão Peres "de Avellal") e parece que também de Gonçalo Anes "de Pinho" e de Lourenço Anes "de Pinho". De D. Nuno Peres de Pinho parece ainda filha a desconhecida mulher de João Gonçalves de Macieira, senhor da honra de Macieira, no julgado de Cambra, Essa filha, D. (Maria) Munes de Pinho, nascida cerca de 1200, terá herdado a quintã honrada de Soveral, na freguesia honrada de S. João de Pinho, na qual sucedeu sua filha D. Estevainha Anes. Esta D. Estevainha casou com Martim Esteves, senhor das honras de Avellar e da Lapa, sendo pais de Pedro Martins, que de sua mãe herdou a honra de Soveral, sendo por isso dito Pedro Soveral. Este Pedro era portanto um dos netos (no sentido genérico, porque na verdade era bisneto) de D. Nuno Peres de Pinho que nas inquirições de 1288 se diz que tinham a freguesia honrada de S. João de Pinho.

Muito errada tem andado a origem dos Pacheco nas genealogias, a começar no conde D. Pedro.  Na verdade é toda outra, e bem mais complicada, a origem dos Pacheco, conforme refiro no esquema adiante, resultado da documentação que até agora consegui obter. Na verdade, a varonia dos Pacheco, comum aos Alvellos, só tardiamente se une aos Pacheco (de origem Cambra), adoptando a descendência, a partir daí, este nome. Curioso, ainda, é que destes Pacheco descendem também uns Soveral, que logo se extinguiram, distintos dos Soveral conhecidos (vide Origem dos Avellar e dos Soveral e Os Ribadouro - proposta de reconstituição genealógica).

2003

Siglas e Abreviaturas do esquema abaixo

& = casou com

Data antecedida de & = data de casamento

Data antecedida de hífen = data da morte

Data seguida de hífen = data de nascimento

Data antecedida de barra = antes da data apontada

Data seguida de barra = depois da data apontada

ca = cerca

s.g. = sem geração

leg. = legitimado por carta real

r. = referido

Esquema

 

Jeremias 

 ca 935-

& Eilo

Gutierre Mendes, conde na Galiza, -933 

(irmão do conde de Coimbra Árias Mendes e da rainha Elvira Mendes, mãe de Ramiro II). 

& Ilduara Eriz

Garcia Ramires

& Leodegunda Cides

Como as armas dos senhores de Alvellos, depois ditas dos Pacheco, são uma variante das armas dos Lara, que as passaram aos Guzmán, com diferença, talvez, como hipótese, este Garcia Ramirez, que terá nascido cerca do ano 1000, fosse sobrinho paterno de Gonzalo Garcia (avô paterno do conde Gonzalo Nuñez, governador de Lara, falecido em 1103), portanto filho de um Ramiro Garcia.

   

Gondesindo Arulades de Lugo

   

Raupario Jeremias 

ca 965-1041/

sr. de muitos bens em Riba de Ave. Era irmão de Gomes Jeremias, abade e sr. dos mosteiros de Rio Tinto (Porto) e de Refojos de Riba de Ave, e de Dona Ceti, que fundou o mosteiro de Cete.

& Clementina

Munio Gutierrez, governador de Ambas Maias (irmão de S.  Rosendo, do conde de Coimbra Gonçalo Moniz, e da rainha Gotona Moniz mulher do rei Dom Sancho)

& Elvira Arias


   

Arualdo Gondesendes de Baião

senhor de Baião

& Ufo (Vizoes?)

   

Gonçalo Raupariz maiorino de Dom Fernando Magno (1047), sr. de Mouriz e dos mosteiros de Cete, Rio Tinto e Refojos, 

ca 990-1052/

& Monia Soares (vide Ribadouro)

Egas Moniz, senhor de Ribadouro. Devia ser conde dos Vascos (ou Gascos) da Galiza (que se estendia até ao Douro), pois sabe-se que estes então tinham conde e foro próprio. E daí o cognome que teve esta linhagem.

& Doroteia (Dórdia)

   

Gondesindo Arualdes de Baião

senhor de Baião

   

Garcia Gonçalves 

sr. de Mouriz e dos mosteiros de Cete e Rio Tinto, ca 1015- 1091/

& Toda Gonçalves, sua sobrinha

Munio Viegas de Ribadouro, o «Gasco», ca 950-1022, que também devia ser conde dos Gascos. Venceu  Almodafer (filho de Almansor) em 1008 e reconquistou o Porto. Foi sepultado em Vila Boa do Bispo. Era irmão de D. Sisnando, bispo de Portucale -1025, e de D. Onego, bispo, -1025/

   

Egas Gondesendes de Baião

senhor de Baião

   

Oveco Garcia

sr. de Mouriz, 

ca 1040- 1103/ 

& Cete Gomes, sua prima

Egas Moniz de Ribadouro, o «Gasco»

ca 980-1022, sr. de muitos bens, entre eles a honra de Quintela da Lapa  (Sernancelhe) 

& Toda Ermiges, ca 998-1071/

? Jeremias Mendes

? Ermigio Viegas de Ribadouro, 

& Unisco Paes

(referidos à esquerda)

Gonçalo Viegas de Baião

& Maria Soares

da Várzea

Uzberto

Sr. de Tábua e Figueira em 1128 e Lousã  em 1135

 

Gonçalo Oveques

sr. de Mouriz, etc., e do mosteiro de Cete (Mouriz), que refundou e onde jaz, ca 1067- 1113/

Ermigio Viegas de Ribadouro, 

o «Gasco»

ca 1017- ca 1070, doc. 1043 e 47, governador de Lamego e Arouca, sr. de muitos bens, entre eles a honra de Quintela da Lapa 

& Unisco Paes

Soeiro Viegas de Ribadouro

-/1048

sr. de pelo menos dois casais em Quintela da Lapa, que passam para sua mulher. Por uma doação a Alpendorada de 10.10.1102, sabe-se que Ermesinda 

(à direita

tinha sido & Soeiro Veegas, com quem comprou a vila e igreja de Santa Maria de Alvellos (Lamego) 

O casal tinham ainda bens em Sinfães, Macieira, Cortegaça, Lamego, Abrunhais, Sande e Cambres,  S.g.

Ermesinda Garcia 

ca 1050-

1102/, srª de Alvellos e dois casais em Quintela da Lapa, que eram do 1º marido. Srª de bens na Várzea

Fernão Jeremias

ca 1020 -1101/ 

& ca 1049

(já viúvo de Vivilde Viegas de Ribadouro, c.g. nos Ortigosa)

? Egas Ermiges governador de Anegia (1079-1087) e  Lamego, patrono de Stº Tirso e  Cedofeita. (filho de Ermigio Viegas e Unisco Paes, referidos à esquerda).

& D. Gontinha Eriz

Paio Godins de Baião 

senhor do couto de Azevedo

& Gontinha Nunes Velho 

Maior Uzbertis 

Srª de Tábua    

& Fernão Paes

da Cunha 

Fromarigo Guterres

Diogo Gonçalves de Urrô

sr. de Urrô e Mouriz e do mosteiro de Cete, governador de Lafões (1128),  

ca 1095- 1139/

& Urraca Mendes de Bragança (2º &)

Munio Ermiges de Ribadouro,

o «Gasco»

ca 1040-1107/, 

maiorino do conde Dom Henrique em 1105

& Ouroana Nunes

Fernão Fernandes

ca 1082-, governador de Lamego em 1111, sr. de Alvellos e sr. de dois casais em Quintela da Lapa 

Meio-irmão de Múnio Fernandes (pai de Egas Moniz de Ortigosa),

filho do 1º casamento do pai

Soeiro Venegas

 -/1145, confirma foral de Ferreira de Aves 1112-28,  fundador do mosteiro de Stª Eufémia

& Dordia Odores, que em 1145 fundou o mosteiro de Recião

Nuno Paes Vida

alferes-mor do conde D.Henrique

Lourenço Fernandes da Cunha 

& Sancha Lourenço

de Macieira

Pedro Fromarigues de Guimarăes

Exâmea Dias de Urrô 

srª de Mouriz, ca 1125-

& Fernão Gonçalves de Souza, cavaleiro, ca 1118- ca 1175/, que devia ser primo-direito de Gonçalo Mendes de Souza, filho de um virtual Gonçalo Viegas e neto de Egas Gomes de Souza.

Mem Moniz 

ca 1075-1154, mordomo-mor em 1133, governador de Penafiel em 1111, sr. de muitos bens, entre eles a honra de Quintela da Lapa. c & ca 1131 Cristina Gonçalves (2º &)

Egas Moniz

o Aio

ca 1073-1146/

&  ca 1090 Teresa Afonso

Paio Fernandes 

ca 1105-1156/ 

Confirma foral de Ferreira em 1156, sr. de Alvellos e sr. de dois casais em Quintela da Lapa

Maior Soares

ca 1110-1180/, 

que em 1156 concede com o marido o foral senhorial de Ferreira de Aves. Passou o mosteiro para freiras e lá se recolheu com três filhas em 1180

Ouroana Nunes

& Ramiro Gonçalves Carpinteiro

Maria Lourenço da Cunha 

& Ourigo Ourigues

da Nóbrega,

-1205/

Fernão Peres de Guimarães 

-1178/ 

& Unisco Godins de Lanhoso

Elvira Dias de Urrô 

srª de Mouriz, ca 1143- 

Diogo Mendes

ca 1133- ca 1163,

sr. da honra de Quintela da Lapa

Mem Viegas

ca 1100-1137, sepultado pelo pai em Paço de Souza

.

1) Pedro Paes, ca 1127-1180/, sr. de Ferreira. Doa a sua mãe os dois casais de Quintela da Lapa em 1180. & Tereza Ramires Carpinteiro (à direita), c.g. que segue abaixo.  

2) Dordia, freira  

3) Tereza, freira;  

4) Egas 

5) Maria Soares, -1228/  abadessa em 1170.  

6) Fernão Paes, sr. de Alvellos (pai de João Fernandes de Alvellos, 1º do nome) 

7) Marina, Mendo Afonso e Soeiro

11) Garcia Paes, com bens na Várzea  

12) D. Martinho Paes, bispo da Guarda (1203); 

13) D. João Paes, deão da Guarda.

Tereza Ramires Carpinteiro

Maria Ourigues da Nóbrega    

(& 2ª vez com Raimundo Veegas de Portocarreiro)

Pedro Fernandes de Cambra

João Fernandes de Riba Vizela, -/1208, teve de Mª Bermudes Varela

Estêvão Dias 

ca 1162-1241, 

sr. de Mouriz, sr. da honra de Quintela da Lapa

& Maria Martins de Aragão

Srª das honra de Avelar (Oliveira de Azeméis), Macieira de Sarnes (Oliveira de Azeméis), etc.

Egas Mendes

/1137-1159/, que confirma com sua família uma doação a Salzedas em 1159

& Ousenda Garcia

Rui Peres de Ferreira, ca 1160-, sr. de Ferreira de Aves (Sátão), com seu solar na quintã e torre do paço de Lamas, ib. Diz-se que este ordenou as armas dos Ferreira. Embora os seus sucessores apareçam com as armas dos Pacheco. No paço de Lamas não há pedra de armas. É evidente, porém que as armas ditas dos Pacheco vinham pelo menos do avô paterno deste Rui, uma vez que um descendente de seu tio paterno Fernão Paes, chamado Gil Martins de Alvellos (finais do séc. XIV), está sepultado em Balsemão com armas de Pacheco em pleno. & Teresa Peres de Cambra (à direita)

1) Soeiro Peres Pacheco, 1º do nome, sr. de Pacheco e Soveral (Fornos), etc. s.g.   

2) Pedro 

3) Nuno 

4) Goina Peres de Cambra,

todos doc. em 1193 

5) Teresa Peres de Cambra, ca 1178-  

Afonso Anes de Cambra, governador de Lafões em 1242. 

& Urraca Peres Ribeiro

Martim Esteves de Avelar, ca 1204-1268,  

sr. das honras de Avelar e Quintela da Lapa

(irmão de Estêvão Dias, & Sancha Gonçalves de Milheirós, avós de D. Martim de Avellar, mestre da Ordem de Avis (1357-64)  

Martim Esteves & Estevaínha Anes de Macieira, senhora da honra de Soveral (Lafões)

Gonçalo Viegas

ca 1159- 1236/, sr. da honra de Fonseca

& Tereza, -/1236

1) Fernão Rodrigues Pacheco, ca 1189-1258/,  alcaide-mor de Celorico (Sancho II), conselheiro de Afonso III em 1251, & sua prima Constança Anes de Cambra (à direita), c.g. conhecida nos Pacheco.  Soveral (Fornos)  ficou para seu irmão Soeiro, mas, com a extinção da descendência deste Soeiro, voltou à descendência de Fernão Rodrigues, sendo um dos senhorios confirmados a 25.4.1385 a seu bisneto Diogo Lopes Pacheco.

2) Soeiro Peres Pacheco, ca 1191-, sr. de Pacheco e Soveral (Fornos), etc., & Maria Soares da Maia (filha B de Soeiro Peres da Maia), c.g. que segue abaixo

3) Maria Rodrigues (de Ferreira), ca 1195-/10.1270 , & Martim Vasques Barba, c.g. nos Botelho.

Constança Afonso de Cambra

Pedro Martins de Soveral, ca 1240-1322., 

sr. das honras de Quintela da Lapa e de Soveral

(irmão  de Martim Martins de Avellar, sr. de Avelar) 

Pedro Martins de Soveral & ca 1274  Maria Lourenço de Portocarreiro, ca 1252-, senhora da quintã de Goim (Lousada), irmã de Rui Lourenço de Portocarreiro,  trisavô paterno da 1ª condessa de Viana 

Mem Gonçalves da Fonseca

ca 1189- 1230/,

o 1º do nome, 

sr. da honra de Fonseca 

(S. Martinho de Mouros), cavaleiro

& sua prima

Maria Pires de Tavares, -1229/

& 1229/ Maria Pires de Cambra.

1) Martim Soares dito «Soveral», ca 1215-/1279, sr. de Soveral (Fornos), de Moreira de Rei, Vila Cortez, Minhocal, Póvoa de Martim Soares (sua fundação), Arconces, etc, tudo no termo de Celorico da Beira. & ca 1240  Maior Gil (de Soverosa), c.g. abaixo

2) Pedro Soares dito «Soveral», -1288/,  

3) Maria Soares Pacheco, faz doações a Salzedas entre 1231 a 1276 

4) Gontinha Soares, ib  

5) Estêvão Soares Soveral, que fal. na lide de Gouveia (1277), sendo da parte de Pedro Esteves de Tavares.  

6) Fernão Soares, -1279/  

7) Constança Soares, -1307/ & João Mendes Pichel, -1307/

Martim Peres de Soveral, suc., 

ca 1276-1343, jaz em Grijó

(irmão de Estêvão Peres de Avellar, co-senhor da honra e quintã de Macieira de Sarnes)
Martim Peres de Soveral & ca 1309 Guiomar Anes de Frazão, senhora da honra de Vila Chã (Argoncilhe - Feira)

1) Fernão Soares Soveral, ca 1241- 1309, s.g.  A 25.9.1309 seu irmão Pedro doou 3 casais, metade de uma vinha, metade de um lagar e uma herdade ao mosteiro de Stª Eufémia de Ferreira de Aves para se cumprir o testamento de seu irmão Fernão Soveral, com a condição que sobre este façam «hum boom moymento alçado» e três aniversários cada ano, um pelo Natal, um  pela Páscoa e outro pelo S. João. & Maior Soares, filha de Soeiro Gonçalves de Alfanje. A 15.1.1269, com sua mulher, em Celorico da Beira,  vendeu a D. Afonso III bens que tinham em Santarém. É o seguinte o teor da carta: «Noverint universi quod ego Fernandus Soveral et uxor meã Maior Suerii facimus cartam venditionis et firmitudinis vobis donno Alfonso dei gratia Regi Portugalie et Algarbii de nostris quinionibus de casis quos habemus in villa de Santarena ubi vocatur Seserigo anta sanctam Eream parvam, et ipse case fuerunt de Suerio Gundisalvi de Alfanxi patre mei Maioris Suerii. Vendimus vobis domine nostros quiniones de ipsis nostris casis pró precio quod de vobis accepimus, scilicet centum et quinquaginta marabitinos de XV solidis pro marabitino, quia tantum nobis et vobis placuit et de precio nichil remansit in debito pro dare. In cujus rei testimonium mandavimus inde vobis fieri hanc cartam per Didacum Dominici nostrum tabellionem in Celorico. Et rogavimus júdice et concilium ipsius loci quod presentem cartam sigillo concilii Celorici facerent sigillari. Facta carta XVº die mensis Jenuarri, Era Mª CCCª VIIª. Testes: Menendus Gomeci et Johannes Martini judices Celorici, Dominicus Guedaz, Stephanus Gunsalvi, Dominicus Roderici, Martinus Johannis scutifer. Et ego Didacus Dominici vester publicus tabellio in Celorico, hiis omnibus interfui hanc cartam manu propria scripsi t honc signum meum ibi feci in testimonium. Et nos judices de Celorico rogati Fernando Soveral et uxore sua Maiore Suerii hanc presentem cartam sigilli nostri munimine facimus communiri

2) Pedro Soares Soveral, ca 1242-1309/, sr. de Soveral (Fornos), de Vila Cortez (1290), Minhocal, Moreira de Rei, Póvoa de Martim Soares, etc. Em 1279,  com seu irmão Fernão, doou a Salzedas todos os bens de Minhocal e Póvoa de Martim Soares. Nas inquirições de 1290 consta como senhor de Vila Cortês e outras aldeias. S.g. 

3) Martim Soares,  -1300/. S.g. 

Os Soveral de Fornos vão para lá no séc. XVI e são Avelar/Soveral, cujas armas usam. Outro ramo, também Avelar/Soveral, foi de Viseu para Fornos com Álvaro de Soveral & ca 1434 Tereza Manoel, irmã suc. de Álvaro Mendes de Cáceres, 3º sr. de juro e herdade de Fornos e Algodres (9.8.1444) e de Pena Verde e Póvoa-e-Medas (11.9.1449), c.g. nos Cáceres. 

Fernão Peres de Soveral, suc., 

ca 1310-1369/, alcaide-mor de Celorico da Beira (1359), 1º morgado de Sernancelhe (1369, com pedra de armas Soveral de 1550/60) - VER O conde D. Pedro apenas refere de Martim Peres de Soveral e sua mulher tiveram um filho, que não nomeia. As genealogias posteriores dizem que casou com D.Maior Soares, confundindo-o com o Fernão Soares Soveral referido à direita. Como alcaide-mor de Celorico da Beira prestou homenagem a D. Pedro I a 5.3.1359 (sendo aqui referido como Fernão do Soveral, vassalo d’el rei), repetindo-a depois a D. Fernando (sendo aqui referido como Fernando do Soveral, cavaleiro fidalgo da sua Casa). Na instituição da capela da Lapa por seu descendente vem referido como Fernão Pires de Soveral.